OUTONO II
OUTONO II
Adão Wons- RS
Nos muros de cimento armado
O outono traça sua metáfora
Vontades loucas e secas
Caídas ao chão de giz
Expostas ao infinito incontido
Nos dias desiguais
A colheita do nada
Irreverente, atroz
Despeja na manhã cinza
Folhas secas vividas de verão
Rastros suores e sustos.
A dormência corre solto
Contido e envolto
Neste lamaçal frio e úmido.