Imperativo das dúvidas
Do muito que digo,
quase nada afirmo.
Rodeio por entre as letras, pontos e vírgulas
o vago pensamento das eteceteras.
Às vezes hajo com descrição.
Noutras me entrego às infinitas possibilidades verbais.
Não sou santo;
e nem pretendo ser, exclamo.
Tropeço em meio aos adjetivos.
dados a um palpite vagueando pelos arranha-ceus.
Meu mundo não é agudo.
Pertence a uma distância circunflexa.
Jamais esmureço no tempo, lugar ou circunstância.
Não! Meu canto é cadente, é grave.
Se divino me interrogo.
Sei do alarido inconteste na voz passiva de sujeito inexistente.
Poema publicado também no BLOG VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).