ETINERANTE

Eu quero a mão que foge em agonia

por entre pernas, braços, na tangente

destilo beijos loucos e ardentes

minha saliva é pura aguardente


eu busco algo que me acostume

a ter na cama sempre o diferente

possuo um gozo alto e estridente

que produzo com os meus serrados dentes


almejo uma cintura em alegria

rebolando em meu eixo sobrevivente

tontura pela orbe incandescente,

palavras pela boca indecente


navego neste oceano de elegia

meu remo leva-me a mares instigantes

cavalgo pelas ondas lancinantes

de um mar de emoções tão envolventes


quando eu chegar ao fim de meu destino

meu istmo de águas transparentes

serei um velho naufrago contente,

vivido em desejos comoventes

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 05/08/2009
Reeditado em 14/04/2011
Código do texto: T1737223
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