Interativo
AHHHHHHH
Que loucura
O som da cidade, dos carros
Da furadeira de um lado a outro
De orelha a orelha
Um estranho que entra
Nâo pede licença, não diz o nome
Não surpreeende
Já vem atravessando
O pó da rua pra dentro
Se acomoda nos cantos frios
E foge quando encontra um pé
Uma janela, uma porta, uma fresta
E vive-se assim, metafisicamente
Do olho ao umbigo
Com todo o cuidado do mundo
Pra que a realidade não esmoreça
Pra que a vida não engula
Mantém-se a distância
Entre aqui e a TV
Se emociona e se entristece
A pobreza, a sujeira
A arte, a hipocrisia
O terror, a sorte
E muda de canal