Conto

Vou lhes contar um conto,

Um conto triste,

Triste como o vazio.

Pela manhã sai pra rua

E não avistei ninguém,

No bar não havia nem pinga.

(Não ria meu caro,

Já falei que é um conto triste).

De repente avistei ao longe,

Um grupo de pessoas,

De olhos atentos voltados pra uma tela.

Na tela não havia nada,

Apenas figuras estranhas,

Que diziam diversas abobrinhas,

Mas todos ouviam atentos,

E ninguém sequer me notava ali,

Não me viam e nem me ouviam.

Dizia eu desesperada,

Matam-me de sede,

Matam-me de fome,

Matam-me por falta de amor,

De dignidade e de justiça,

E não faremos nada?

Ninguém ouvia meus gritos,

Estavam vidrados em si próprios.

E quando dei por mim,

Não estava mais ali.

Estava eu num vazio,

Num triste vazio,

Daqueles sem nenhum horizonte.

Será que havia eu

Me juntado a eles?

Fernanda Freitas

24/04/2009

Fê Freitas
Enviado por Fê Freitas em 03/08/2009
Reeditado em 03/08/2009
Código do texto: T1734149
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