xilofone - jade
xilofone - jade
algum dia eu acordo bem
dp de escutar o som de xilofone
e baixo
esperando ninguém gritar
direitos suspeitos na minha
fronte
doída e doida
acordarei muda, silenciosa
como está meu coração
e, percebo,
tb o das demais pessoas
ficarei parada, assim, quem sabe
meu coração voa
e eu aqui volto a sonhar leve
tão leve quanto é minha língua
afiada e aquietada pela dor
reservada a cada um e a todos
viventes
tentarei não pensar nas decepções
íntimas
misturando lirismo num passeio
comum
no parque da Jaqueira
farei de conta que tive tempo
para me levar acompanhada
a apreciar a natureza
mostrando-a a quem ainda não sabe
bem de sua beleza
indicarei o brilho de Sol
nas teias delicadas
tecidas pacientemente
por duas ou três aranhinhas
e nada de insetos aprisionados
nada de pensamentos aprisionados
em ‘and if’
até compreender o fim absoluto
de um sonho de todo ilógico
e preparar o coração para um
novel sonho, desta vez,
passível de realização.