Vida inútil
Viajar eu sonhei, não viajei...
Sonhei em ter amores, vivo ilusões e ardores...
Não sonhei sofrimento, vivo em padecimento...
Sou um coitado sonhador e sobrevivo alimentando,
dos encantos de minha imaginação , neste mundo de tanto labor...
Tenho um par de sapatos furado e trapos de pano como vestes...
É confortante ter fortuna de mendigos e a alma de poeta.
Com os prantos lancinantes e os olhos lacrimejantes
Habito neste casebre periférico e velho,
Durmo sobre restos de carpetes.
O fio ameaça o meu corpo desprotegido que espera o calor do amigo sol.
E assim aquecer mais uma manhã na vida desse inútil poeta vagabundo...