Que coisa é essa?

Que som é este?

Que me desperta pelas manhãs.

Que melodia é esta?

Que eu insisto a ouvir.

Nas ruas, nos ônibus, escolas...

Que vídeo hipnótico é esse?

Dessa tela que nos manipula.

Mas que silêncio é esse?

Desse meu povo doente.

E que povo é esse?

Que se tornaram indivíduos,

Cada uma mais distante do outro.

Não há sentimento, nem força,

Não há luta, nem voz.

Que doença é essa?

Sem cura, nem tratamento.

Que alegria é essa?

Se não há pão, nem água pra todos.

E que tristeza é essa?

Sem revolta para mudar.

Que riqueza é essa?

Tão desigual e injusta.

Mas que vida é essa?

Meu irmão, companheiro, amor...

Não faça da vida espetáculo,

E nem de nós a platéia,

Pois a platéia só participa no final,

Para aplaudir ou vaiar.

Fernanda Freitas

31/08/2008