O Tempo
Justificar o tempo perdido...
Perder o tempo que resta;
fiz o que deveria ter sido feito.
Agora, não há volta,
não há argumento,
não há tempo...
O tempo é futuro...
Nem o presente existe mais;
a cada verso...segundos...
Já é passado.
Eu fui o que eu quis ser;
Errei...acertei,
Sorri...chorei,
corri...andei...
Quantos antônimos mais
qualifica o que passei?
É passado, passou.
O presente acabou de passar,
o futuro a ninguém pertence...
O que importa se a beleza se foi,
se as forças já enfraqueceram,
se as dores são mais atenuantes,
se o cansaço chega mais rápido.
Sei o que eu fui,
sei o que eu sou,
não sei o que serei...
Fui tola, ingênua,
passiva, consumista...
Fui rebelde, violadora,
fui da moda, convencionista...
Sou lutadora, defensora,
sou do contra, sou pacifista...
Sou poeta devoradora de versos,
letras, sentimentos.
Vida explícita em poesia.
Fui a dor do amor,
o amor desacreditado...
Sou a ambiguidade dos sentimentos,
o medo e a coragem
a dor e a felicidade,
a compaixão e a mágoa.
Quem serei amanhã?