mulher de sal

mulher

das trevas e trovões

das doces sensações

de pavor

mulher do medo

que desvenda almas

sou tua oferenda

mas calma..

sou o pavio da tua chama

sou aquele que voce ama

desesperadamente

e quer morrer por isso

ou não se contenta

mulher

que tenta

triturar o meu peito

me sufocar

ama do azar

mulher de fel

infiel

que me acorda com beijos

lambidas e dentadas

bandida

banida de outros corações

agora se agarra no meu

com unhas e dentes

principalmente dentes

como se cavasse em mim

a minha própria sepultura

mulher soznha

de sombra escura

sombria

vadia

repleta de amor

e ódio

sem tédio

me dá emoções

como se todo dia

eu me jogasse de um prédio

e nunca para com seu assédio em mim

todo dia

arredia

selvagem

minha viagem

minha badtripp

que sempre implora

pra que eu fique

e mesmo assim me devora

de uma só vez

todo dia

mas um dia talvez

eu consiga deixa-la

desamala

devolve-la de volta pra vida

solta-la na rua

numa dessas noites

que ela adora

sem lua

mulher tempestade

temperada

temperamental

sem eira nem beira

sem nome

com fome de luz

mulher de tal

de tal lugar

que já que não existe

ou que talvez

tenho sido tragado pelo mar

e agora esteja

nas profundezas de um ser

que deve ser um rei

de um reino

de nada

de onde nem existe estrada

de ida ou de volta

e de cujo ceu se solta

uma espécie de fuligem

um cheiro

de alguma coisa amarga

ácida

que fecha a garganta

e sufoca até matar

mulher fatal

que tudo que tem de mal

trouxe de lá

do tal lugar

mulher de sal

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 02/08/2009
Código do texto: T1732428