Lençol de Linho
Lençol de Linho
Quando sussurro meus pensamentos,
E te mostro a alma perdida,
Ferida que não fecha com o acordar,
Nem na noite, nem no luar,
Quando me entrego a ti,
Feito prisioneiro de um chão todo em guerra,
Sou só pó,
Poeira brilhante, sujo da terra;
Querias ouvir o meu sorrir,
E só te mostro lamento,
Tristeza, sofrimento,
E pouco colorido que faça felicidade,
É a paz, meia amargura,
Meia verdade.
Um dia hei-de sorrir,
Hei-de mostrar-te o outro lado do mundo,
De mãos abertas, cheias de perfume,
E o coração quente,
Uma brasa do teu lume,
E a acalmia que chega na tua presença,
É o presságio, um sinal,
Uma bela sentença,
De um tempo que muda,
Porque se enterra o machado de guerra,
Da luta fratricida que impera,
O coração pede paz no meu caminho,
E o sol já nasceu,
Tanto sol, por entre teu lençol de linho.
Nenúfar 2/8/2009