NASCIMENTO DO VERSO
Mitológico corcel sem medo
Trota o verso no escuro
Em busca de luz que alumie
Seu trajeto para o mundo.
Espanta-se o azul do céu,
Cresce o som dos carrilhões,
Vão-se do peito as dores mordentes,
Nasceu o verso gestado
Em ventre de espelhos e nuvens.
Ouvem seu choro muitos ouvidos,
Aplaudem-no mãos calosas ou finas
Mas, ninguém decifra o mistério
Desse momento de pura magia
Quando emerge, qual junco solitário,
O verso, pleno de verdade,
Das águas obscuras da mente.
Vai, voa, oh pássaro liberto,
Tão simples como uma lágrima
Pois simbolizas sentimentos submersos
No âmago de todos nós.
16/05/05.