Antes de dormir, confira as portas
Pesada és, noite solitária.
Nos últimos ermos anos...
Franze as sobrancelhas do caído anjo.
Debulhado em lágrimas no teatro, labora.
Para ver todas as peças confiando poder tentar entender...
Medos... Lembranças, aflições do ser.
Enquanto os músicos tocam; reconheço os acordes... São afinações dos meus temores.
Nessas plagas frias cultiva-se a superstição!
E, desde a Guerra Civil tiro proveito dessa situação.
Estou na suposta Cruzada, tortura e eliminação!
Perdão dos pecados, benção, piedade religiosa?
No leste do país elimino a bruxaria com muita eficiência e doçura.
Enquanto nosso exército, dia à dia.
Faminto, desesperado, sedento... A procura!
Caçam bruxas e executam diligências para saciarem sua fome.
E o soldado?
Ah, esse pássaro que construiu seu ninho às margens ciliares do entorno
Só pensava em Sarah, em 1645 no reinado do Rei Carlos...
Abandonou seu posto e, de encontro veio, a desgosto.
Face a face, era iminente?
Oh, minha querida, ouça-me com atenção...
Nunca se esqueça de conferir todas as portas antes de dormir.
*Homenagem a Edgar Alan Poe.
(19/01/1809 — 07/10/1849), escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor.