UM QUÊ

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E, de tanto derramar tuas águas

Em poço tão largo e sem fundo

Quase, eu, sucumbi; tanta mágoa...

Um quê depressivo e profundo

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Destilei gotas de fel; teu sorriso

Do produto, fiz bebida favorita

Quase envenenei-me; indeciso

Um quê de necessidade maldita

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Agonizei por dias em praia fria

Açoitado por um cortante vento

Quase um prazer nessa agonia

Um quê de tortura; um tormento

Livrei-me dessa mágoa completa

Extirpei teu sorriso do meu peito

Quase, eu, sucumbi meu ser poeta

Um quê de indeciso; meu defeito...

(Lena Ferreira)