CEGA

Miosótis choram de saudades nas campinas

Ecos repetem seu nome entre as nuvens

Da janelinha do avião avisto um olhar brincando de sofrer

Convido a dor para sentar-se ao meu lado

A dor sem nome e sem tamanho

De não ser

E de não ter

O beijo perdido nos corpos celestes

A pergunta que baila sem resposta

O mundo que se transforma em paisagens sem sentido

E na angústia impotente

Até o sonho se nega

Sei que há luz

Mas como as mariposas

Sou cega