Agora sem espinhos
Os pássaros sibilavam um som diferente. Era algo majestoso. As lembranças eram pontes do tempo. De aromas e sabores. Um céu de vida invadia-me. Eu era subjuntivo passado/futuro. A chuva caia sobre os musgos que bailavam em harmonia com o rio que margeava a minha alma, Era o sim da minha felicidade. Meus sentidos todos comungavam daquele momento. Docemente renasci de minha famigerada solidão em lágrimas sinestésicas dolentes. Tempestades de imagens floresciam num freme de segundos. O relógio... tic tac tic tac... anunciava uma nova estação. O vermelho árido da terra seca agora era vermelho sangue hemoglobinando em mim numa metástase diacrônica. Eu voltei do passado... sem os espinhos!!!
Dedico este poema-texto à Cláudia Campello. (Eu a sinto e automaticamente me sinto.)
Dayvson Fabiano