1968

1968

Ecos de sons surdos

Lágrimas secas

Salgadas

Amargas

Meus olhos em ataranto

Miscelânea pulsando

Mexendo

Revirando

Em mim

Fecho os olhos

Medo do escuro

Pontos coloridos brilham

Aqui dentro

Aonde guardo a solidão.

Traem-me as mãos

Tiritam

De um frio fino

Não há vozes

Mas gritos me assombram

Escondo-me de mim

Enfiando minha cabeça

Por entre o decote do vestido

Tapo os ouvidos

A tormenta

Atormenta-me o ventre

A voz entala na garganta

Passos se aproximam

Vem em minha direção

Não posso mais

Urino-me em pavor

Uma luz me invade

Desfaleço

Entrego o corpo

A alma é luz...

Adriana Kairos

Adriana Kairos
Enviado por Adriana Kairos em 30/07/2009
Código do texto: T1728081
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