A gloria do asfalto

Eu sigo assim pela minha estrada

construindo uma fogueira de fósforos

arrecadando goles de bebida quente

acendendo numa explosão as entranhas do Sol

Sinto a realidade derreter, fecundando a ilusão

depois os pés já não são chão

cada passo se torna uma dança

o ar possui cheiro e cor

e cada palavra se torna uma frase

e cada frase se torna musica

e cada musica é filosofia

Os carros vão e voltam

influindo nossa nobre e débil sinfonia

luzes de faróis celebram o alto da noite

os cigarros curam da bebida a azia

todas as ideias já tem vida

Somos assim comprados no asfalto

onde o erro justificará o perdão

de cara no muro da realidade a depressão

depois vejo em cada rosto a sombra do assalto

a decadência do mundo na personalidade roubada

pelo absurdo de nossos gloriosos momentos...

Don Dantexote
Enviado por Don Dantexote em 30/07/2009
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