Haveres e Existires

Haveres e existires

Há ainda uma vontade que não sacia,

Há nos brancos papéis vazio que clama,

Na cama arrumada vontade do desalinho,

Versos que querem ser ditos pelo caminho,

Palavras que rebuliçam, corpo que inflama,

Vontade insone de amar que se anuncia...

Há letras de invisível alvura que esperam

Escondidas sob véu transparente do querer

Há um baú de intenções com lacre de giz

Contido de resolutas paixões que urgem viver

Há cenas, aquarelas que não se compuseram,

Um desvelar velado de tudo que não se quis...

Há um confidenciar de acordes que não rimam

Entre letras que entremostram e sentir que não cala

Há tenuidades no insinuar ávidas por indagação

Transitoriedade interior que revolve e avassala

Há sonhos nebulosos passíveis de continuação

Da vida real, dos desejos que a alma assolam.

Há um sim não pronunciado

Um “NÃO” não decifrado

Uma porta tão somente encostada

Com fitas de seda trancafiada,

Vozes soluçando encarceradas

Assombrar acabrunhado...

Janela com cortinas de vento...

Embotada vontade de voar...

Há do viver um infinitar

Dores que alongam o pensamento...

Dias e noites,

Aglutinados...

Sombras e solidão...

Justapostas...

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 30/07/2009
Código do texto: T1727901
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