O gosto do ar

Que faço eu com essas paixões secretas a flor da pele?

Com teus olhos e teus abraços de calor?

Com teus sabores espalhados pelo ar com doçura que fere

Que faço do teu homem me importunando os pensamentos

Ai dor de quem tem cupido vesgo!

Amar-te por ser humano e pela carne, criar, meus falsos lamentos

Nada valem essas palavras que seus olhos nunca lerão

Os labios de musa moles e os olhos fechados de gozo

Mas nada fora deste papel! Deste velho sermão!

Ao inferno vamos então!

Provar todos os sons e licores

Pra'esquecer a dor que quero sentir

Pelo amor que inventei amar

Pela necessidade de valer a vida

E minha falha capacidade em discernir

O gosto do ar

Don Dantexote
Enviado por Don Dantexote em 30/07/2009
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T1727455