O gosto do ar
Que faço eu com essas paixões secretas a flor da pele?
Com teus olhos e teus abraços de calor?
Com teus sabores espalhados pelo ar com doçura que fere
Que faço do teu homem me importunando os pensamentos
Ai dor de quem tem cupido vesgo!
Amar-te por ser humano e pela carne, criar, meus falsos lamentos
Nada valem essas palavras que seus olhos nunca lerão
Os labios de musa moles e os olhos fechados de gozo
Mas nada fora deste papel! Deste velho sermão!
Ao inferno vamos então!
Provar todos os sons e licores
Pra'esquecer a dor que quero sentir
Pelo amor que inventei amar
Pela necessidade de valer a vida
E minha falha capacidade em discernir
O gosto do ar