Quando dói o peito

Não definas a dor que trago no peito

Dor que não desbota com aguarraz

Tal qual afogar em ar rarefeito

Ou sufocar numa fala loquaz

Só eu sei da dor que guardo em meu peito

É dor profunda, instalada, anciã

Que apenas se agrava quando me deito

E não percebe, pra vida, amanhã

Dispenso placebo pra dor de peito

Dos sentimentos ela é guardiã

E quer porque quer, a torto e a direito

Nós dois, lado a lado, no mesmo divã

Por que não curas a dor deste peito

Aponto-te, agora, como se faz

Transmutes, como meu único eleito,

A dinamite em explosão de paz.

Maria Paula Alvim
Enviado por Maria Paula Alvim em 29/07/2009
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T1726418
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