Às asas de Eros (a Musa Lucilene Corrêa)
Às asas de Eros, o deus alado
Num vôo harmonioso ir-me-ei a ti
E pousar-me-ei sobre teu corpo fabuloso...
E serei escravo de teus segredos,
Teus mistérios divinais!...
Musa do poeta! Devoção sublime...
Sou o melhor amigo... O cantor das artes
Dessa beleza que de tão bela
Ofusca os olhos... Paralisa!
Que se faz presente no seio de ti...
Cantar-te-ei, Erato, Musa da poesia amatória
Enquanto o gênio alado, deus do amor
Pairar sobre a pena delirante
Que os versos corro extasiante
Ao poema que lhes componho...
Ao canto das cigarras cantar-te-ei... E sempre!
Sem comer nem beber;
Do nascer ao morrer...
Pois não há fome, nem sede quando
Se admira tanta beleza presente
Num ser tão majestoso... Harmonioso!...
Danças Terpsicore!...
E dizes aos ventos – meu nome –
Aos mares e firmamentos...
Sou eu, o poeta amigo, que lhes fazem as honras
Maior estimo ter-te-ei
Sabido que danças para mim...
Cantas Euterpe!... Teu canto sublime...
E faz dançar no peito do poeta
O coração sempre menino...
Rias Talia teu riso cômico
Tuas gargalhadas sinfônicas...
Dar-te-ei meus versos celestiais!
Como outrora lhes dissestes:
“Dou-te como templo o poema!”
Talia, Melpômene...
És tu composição fabulosa
De todas as Musas uma só: Lucilene!