CHÃO

Meu chão já teve nomes,

Rostos.

Por vezes, o olhar era chão

Outras vezes, fora perfil

E a outra face era medonha.

Chao pode ser a mão quando estendida

Mas fechada deixa de ser porto seguro

Pronta a não se abrir

Meu chão teve nomes

Perfumes, caminhos

E meu olhar distante no horizonte

Não viam rostos, mãos olhares

Deixando meus pés flutundo num vazio,

Obrigando minhas mãos

A construir meu chão

Fernanda Pietra