as cores do arco-íris
nu meio do sufoco
pipoco pá tudo qué lado
é o bicho, é fogo cruzado
‘lemão tombano na viela
samango subino a colina
i logo eles chega lá em cima
tem muito e ainda vem mais
num sei porque olho pra trás
num sei porque avisto o céu
num lance vejo o arco-íris
i é muita da sacanagem
não poder ver o arco-íris
com suas cores calmantes
i aí do outro lado do beco
vejo o olhar assustado
do meu Zétom se escondeno
dos tiros de balas dum-dum
com o rabinho entre as perna
meu cachorrinho é nenhum
mal, eu que sou o pavio
qui incendeio a vida
cum medo de bala perdida
cum medo de chuva e do frio,
medo qui dá arrepio
é nada tê pra enfrentar...
Rio, 23/07/2009