Vendo a mim mesma
Tô cansada desse trapo novo,
com alma de estorvo.
Tô pensando em acabar com essa palhaçada.
Vender de vez essa tralha.
A megera Catarina,
a insensível Rosalinda,
ou a inalcançável Colombina.
Todas as mulheres fortuitas que habitam em mim.
Sei que vendo minha essência...
Mas alimentar-me-ei com mais ardor
das aspirações romanescas de Emília,
a inocência de Julieta
ou da espera sem fim de Helena.
Só terei sossego, enfim,
se com palavras comprares
todas de mim!