Vendo a mim mesma

Tô cansada desse trapo novo,

com alma de estorvo.

Tô pensando em acabar com essa palhaçada.

Vender de vez essa tralha.

A megera Catarina,

a insensível Rosalinda,

ou a inalcançável Colombina.

Todas as mulheres fortuitas que habitam em mim.

Sei que vendo minha essência...

Mas alimentar-me-ei com mais ardor

das aspirações romanescas de Emília,

a inocência de Julieta

ou da espera sem fim de Helena.

Só terei sossego, enfim,

se com palavras comprares

todas de mim!

Bella Dona
Enviado por Bella Dona em 27/07/2009
Código do texto: T1722242
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