Faltou o soprinho leve, carinhoso
que fazia remexer os cabelos e avivar as brasas,
Ah... Aquele soprinho!
Invariavelmente acompanhado da doçura da voz!
Cadê a expressão doce no olhar que precedia o amor?
Onde ver os olhos se há apenas a voz escondida?
Voz que não sussurra; narra, dá pareceres,
Voz que não faz promessas, promessas de amor...
Um estranhamento no ar.
Onde, a mesma que velada promessa do nós?
Há espessas camadas de cinza fria
cobrindo o calor das brasas,
Há palavras demais a arrefecer a superfície do encontro breve.
Nos desencontros, as dúvidas agigantam-se!
O vento da tua presença espalhou a esperança,
guardada na conchinha da minha mão.
Não consigo reuni-la,
Você me ajuda, ajuda?
Imagem:Tempo
Autoria: Paula Baggio
Crayon sobre papel Canson
21x19