Viagem...
Tentei, com olhos cerrados,
Buscar, um tanto aflita,
Abrandar o peso de minh’alma
E converter minha vida em vida bendita.
E sussurrando débeis palavras,
Qual murmúrio de mar revolto
Percebi vozes que me falavam algo
Algo que, por brio, não conto.
E a voz do mar, como barco perdido,
Absorveu o fel que minha boca derrama
Seguiu, amansando-me por entre suas ondas,
Guardando, em gelo, esta alma que inflama.
Abrandei min’ alma, como buscava aflita,
Forjando luz, como sol em folhagem,
Aportando em terra firme e em calmaria
Despedindo-me do barco e de minha viagem.