Viagem...

Tentei, com olhos cerrados,

Buscar, um tanto aflita,

Abrandar o peso de minh’alma

E converter minha vida em vida bendita.

E sussurrando débeis palavras,

Qual murmúrio de mar revolto

Percebi vozes que me falavam algo

Algo que, por brio, não conto.

E a voz do mar, como barco perdido,

Absorveu o fel que minha boca derrama

Seguiu, amansando-me por entre suas ondas,

Guardando, em gelo, esta alma que inflama.

Abrandei min’ alma, como buscava aflita,

Forjando luz, como sol em folhagem,

Aportando em terra firme e em calmaria

Despedindo-me do barco e de minha viagem.

Li Vaz
Enviado por Li Vaz em 25/07/2009
Reeditado em 02/08/2009
Código do texto: T1719193
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