Junto ao corpo do amor que parte

No velório do corpo desamparado

seja tua boca o beijo salvador

a tocar o sonho provisoriamente morto

Aos incrédulos da felicidade

que perguntarem por mim

amada

confessa em prantos de risos

que foste tu a tornar pluma

o aço da vida

Agora pouco importa

se terra fogo relva ou esquecimento

consumirem o que é somente carne

Testemunhes sem sustos

a partida física desta estação de vida

Tua presença foi incêndio de artérias

Caminhos subterrâneos de coloridos metrôs

explodindo em júbilo nas vozes dos ventos

Sejam teus lábios de espanto

querida

a última vida a beijar o corpo do amor

em breve clausura escura

Teu beijo meu

leva vida onde nem em sonhos há

Quando eu confessava estar tomado de ti

é porque meus ancestrais já te consagravam

Em meus cadernos de rascunhos

couberam todas as bíblias dos homens

Porque a linguagem de aves e anjos

somente sabem ler os lábios tocados de amor

Cada lágrima tua em minha viagem

será nova cidade inaugurada com teu nome

Rossyr Berny
Enviado por Rossyr Berny em 08/06/2006
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