NA AUSÊNCIA DAS MUSAS

Vem, poesia

Eu te chamo

Não me deixes morrer

Porém também imploro

Para este pedido esquecer

Não tenha compaixão

Crave o punhal

Bem no meio

Bem no alvo

Para não ter solução

Eu te amo, poesia

Te amo de paixão

Mas ignore minha existência

Não considere jamais

O volume da insistência

Escreverei sem as musas

Desfalecerei de saudade

Desaprenderei o sentimento

Hasteio a bandeira da razão

A vida sem graça

Sem charme

O distanciamento do objeto de estudo

A objetividade