O Livro da Dor III – A Luxúria.
Se a carne nega a paz, cede à tormenta;
Se tal fome quer mais, te desespera;
A armadilha do cio enfrenta a fera
Num êxtase de vícios se alimenta.
Um confuso desejo experimenta
A voz no precipício, diz que espera,
Sussurra no vazio das quimeras;
Pois em tudo que vejo a carne atenta.
A doença do caos não acha cura
Reconhece no mal, vaga procura
Quando a febre te queima a pele nua
Num inferno o refém da carne crua
Que conhece na dor, o ardor da fúria,
E recebe uma flor, cede a volúpia.