Minha segunda Sinfonia
Minha Sinfonia atordoou o condutor,
E despencou a maldita pompa de doutor,
Num sibilar atonal.
Naquela inseparável angústia que sofria...
Apunhalava os malditos “surdos” — na injúria,
Por tocarem só tonal.
Não culpe os insanos por não saberem tocar...
A fanfarra, sempre conglobada a açambarcar
Tua má regência em gestos.
Como podes justificar o espavorido
Aos desvairados e a si mesmo, aturdido,
Nos frouxos manifestos?
Sem conhecimento, sofrerás por não entender
As divisões e as cadências, por exceder
A desgrenhada ilusão.
Ilusão que o manto enrubesce o esquecimento...
E o glamour na hostilidade do emperramento —
Pertinente aberração.
Salieri, hipócrita....., rei dos medíocres!...
Tu és um desprezível, dos mais traidores
No estandarte do saber...
Vives no subalterno, enganando a multidão...
Fingindo ser eminente, atrás de u’a certidão,
Sem razão por obter!
Para vivermos u’a vida em conformidade...
Teremos que conviver co’a mor falsidade?...
Co’a vil atrocidade?
As armadilhas dos mortais antepassados...
Encadearam as portas dos agigantados —
P’ra tal felicidade.
Minha segunda Sinfonia, veio co’o vento...
Trazendo na melodia, um imenso acento
Contrário e sincopado...
Soa como a voz d’um vulcão em erupção...
Nos dias em que o vulcão está em ebulição...
Com’um trom detonado.
Paulo Costa
18 de julho de 2009.