Azulão
Ouço teu canto sereno
Pequeno concerto frugal
Teu cantar dócil e ameno
Alegra, de manhã, o meu quintal
O dia é bem recebido
Na melodia que me chega aqui
Parece um salmo conhecido
Que desde a minha infância eu ouvi
Na sonoridade que de ti provém
Existe o leve tom de uma saudade
Quem sabe deixaste o teu grande bem
Quando perdeste tua liberdade!
Chego a sentir-me culpada
Em reter-te no viveiro
Mas como tu, estou aprisionada
Pois o teu canto é meu cativeiro...
Priscila de Loureiro Coelho