FERROS, FARPAS E TRAMAS
Eu sofro alguns socos e golpes de ferro,
que vertem em chagas a pele desta alma.
Eu tento esquivar-me com pulos e berro,
mas eles insistem, macabros, no trauma!
E sangram as marcas de farpa na palma,
a vida num pranto, esquecida em desterro,
e me atam a teias na mais fria calma,
enquanto preparam, cruéis, meu enterro.
Amargo este bruto, funesto e vil drama
nas vezes que falho, cometo algum erro,
aí, intolerâncias me afogam na lama!
Mas vou me livrar - ferro, farpa, de trama -
mostrando pra todos que o homem que erra,
é o mesmo que ampara, que afaga, o que ama.