Poesia que me toma...

Rasgou minh’alma

E arrancou toda a inspiração,

Teu corpo tem agora

A minh’alma e meu espírito.

Poesia,

No exato momento em que meu coração parar...

Não poderás mais cavar meus sentimentos

E expor toda a intimidade de mim

Em seus versos que teimam

Em me possuir com veemência...

Permanecerá minha existência

Enquanto o mundo resistir

A toda esta agressão humana

Que polui a vida.

Assim que minha respiração calar...

Minh’alma se retirar

Da matéria-prima,

Tudo ficará trancado dentro de uma caixa

Do tamanho do meu corpo,

Moldurado de flores do campo

Ou rosas vermelhas,

A sete palmos ou faces

Da terra...

Além do meu semblante calmo,

O meu sorriso...

Então poesia

Qual alma tomará para ti?

De um andarinho?

Ou de uma sonhadora feito eu?