LONJURAS: O DRAMA DIÁRIO
O escriba remoendo o Pago,
choro de todo o dia,
coração pleno de saudades.
Longínqua a querência...
E os estranhos de mesma Pátria.
(Que tal uma soneca debaixo de uma figueira,
à beira de um açude, algum coaxar dos sapos
e o cri-cri dos grilos)
Abro a janela e só vejo antenas.
Alguns são edifícios pálidos, longilíneos.
Mudos.
Ao lado, entre antenas, celulares falam,
entre (mentes),
a outros hominídeos.
Deus guia, mas não aplaca a ansiedade.
E tem nome o Cruzeiro do Sul.
– Do livro BULA DE REMÉDIO, 2004/2009.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/171199