O contador de histórias
A história que vou contar
peguei do fundo do saco
quando o homem, ainda macaco,
começa a tagarelar.
De boca em boca, de par em par,
se transforma a realidade,
a mentira vira verdade
e a voz aprende a encantar.
De pequeno em grandioso
faz-se o feito do ator,
vira mito, vira lenda,
solto na idéia que o prenda,
na idéia do contador.
Canta a cantiga de roda,
canta a canção de ninar,
conta na beira do rio,
conta à luz do luar,
vem menestréis, trovadores,
muitas fábulas contar.
A igreja, com seus mistérios,
fez crendice popular:
de santos contou a vida,
milagres para assombrar
e indo de povo em povo
fez mártires consagrar.
Os reis espalharam feitos,
amantes o dom de amar;
cotovia cantou sonhos
que espalhou o sabiá
e a história seguiu rolando
sem saber aonde chegar.
Apagaram-se as fogueiras,
esqueceu-se do luar
mas da voz fêz-se a escrita
que continuou a contar
histórias de Cinderela
e noites de Ali-Babá.
Gabriela Faval
Belém/22.04.09
A história que vou contar
peguei do fundo do saco
quando o homem, ainda macaco,
começa a tagarelar.
De boca em boca, de par em par,
se transforma a realidade,
a mentira vira verdade
e a voz aprende a encantar.
De pequeno em grandioso
faz-se o feito do ator,
vira mito, vira lenda,
solto na idéia que o prenda,
na idéia do contador.
Canta a cantiga de roda,
canta a canção de ninar,
conta na beira do rio,
conta à luz do luar,
vem menestréis, trovadores,
muitas fábulas contar.
A igreja, com seus mistérios,
fez crendice popular:
de santos contou a vida,
milagres para assombrar
e indo de povo em povo
fez mártires consagrar.
Os reis espalharam feitos,
amantes o dom de amar;
cotovia cantou sonhos
que espalhou o sabiá
e a história seguiu rolando
sem saber aonde chegar.
Apagaram-se as fogueiras,
esqueceu-se do luar
mas da voz fêz-se a escrita
que continuou a contar
histórias de Cinderela
e noites de Ali-Babá.
Gabriela Faval
Belém/22.04.09