O julgamento do criador
No início do verão
Um julgamento ocorreu
Com a sentença nas mãos,
Do Burgomestre ao 'Prometheu'
Elizabeth, do auditório observava
As feições retraídas de seu noivo réu
Negava os crimes com veemência,
Permanecer-lhe-ia para sempre fiel
O doutor, diante do juri explanava
O porquê, a explicação...
Dizia que não imaginava
O sentido de sua criação
Não fui eu quem o criou,
Não foi você, não foi ninguém,
Doutor Henry, então negou
A criação de Frankenstein
Monstro salafrário,
Não adianta se esconder,
Você é o culpado
E pelos crimes vai morrer!
Estou condenado pela soberba
Domínio adverso, dádiva da vida
Enchi o meu cálice com o veneno do desejo,
Oh, Elizabeth querida!
Enquanto o monstro se afasta
Desaparece na escuridão
Eu perco minha liberdade
Encarcerado,
Numa prisão
Ele odiava Fritz,
Que sempre o atormentara
Adeus, pequena Maria
Que no lago se afundara
Pobres almas,
A culpa é minha
Assumo com aflição
Só queria ter na mãos
A chama d' alma,
O dom da criação.
*"Frankenstein ou O Moderno Prometheu" de 1831, romance gótico de Mary Shelley foi adaptado ao cinema em 1931 pela Universal Pictures e dirigido por James Whale, com Boris Karllof intérprete do Monstro.