Pingos de amor...

Chove na vidraça:

ardor de viragem

altas e dengosas

flores,

madressilva da aragem

bela,desnuda-se na praça

liberta cheiro a rosas...

Dentro de mim, um arraial

de orquídeas libertinas,

ouvem-se no Faial:

encantadas e fidedignas

na voragem do Pantanal...

Pingam gotas de Amor,

escondido no firmamento

restéa de calor

soprado ao cálido vento!

Sob os balaústres antigos

pingam saudades curiosas

ouvem-se os mendigos:

clamam lágrimas chorosas!

Chove na minha alma

como quem quer lembrar

mas o vazio é a calma

que em mim quer imperar!

Pingos de amor que era

não voltará jamais...

anuncia-se a Primavera

e outros pingos que tais!

Harmoniae
Enviado por Harmoniae em 15/05/2005
Código do texto: T17104