O Livro da Dor I - A falsa dor.
No peito fingidor a dor que cinge
Que sofre por ninguém, mente tão bem,
Que já não vive sem a dor que finge
Dissimuladamente mente bem
Na dor que já demora agora aflige
Que mente quanto dói, que traz desdém;
Se na alma dói também, quando transige;
O corpo quer, exige e a dor não vem.
No entanto o fingidor é feito presa,
A pele se contrai, dói na surpresa
E a dor que desejava era sentida
Por mentir ou doer como um dilema
Sentindo a dor que omito no poema;
Só restando viver a dor mentida!