Quase nada
"Viu-me, e passou, como um filme..."
Queria um quase nada,
Um mínimo de tudo
Um trecho de um livro,
Um cálice de vinho pela metade,
Uma canção de 30 segundos
No fundo, no fundo, queria dissipar esse desespero
Quem sabe a sua presença ou uma rima que conduza o verso
Mas não a encontro, nunca a encontrarei
Basta resignar-me a insignificância dos seres
E quem sabe um dia deleitar-me em prazeres.
*A Paulo Leminski (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7 de junho de 1989)