Cyber e Pã

No próximo Cyber Café

estudarei essa nova fé.

Neste Cyber Espaço

tentarei crer no deus de chip e aço.

Navego na WEB,

abraço outra Hebe

e olho que tudo se escreve.

Afinal, nunca se sabe do amanhã,

por culpa da Estrela-Anã.

Ainda existiriam os festins de Pã?

Orgia de deus e de fã?

E as bailarinas de Can-Can,

continuarão sua dança pagã?

Virá outro bárbaro exército de Gêngis Khan?

Quem há de saber?

Não se acha um manual para ler . . .

Quem nos empurrou para esse Destino?

Que duro assassino

é capaz de matar um sonho de menino?

Mas, Fabio, é esse o Mundo.

Saco sem fundo

de pesadelo, de gente,

de heroi e de demente

(até de crente).

E não há como recusar essa ceia.

Pois nos corre na veia.

Cá estamos. Presos nessa teia.

E nem se escuta qualquer sereia.

Já não há mais Ìtaca, Odisseu.

O dragão da realidade a comeu.

Penélope já não tece,

o vapor de Delfos a entorpece.

E tudo se perdeu . . .