Procuro-me

Vivo na eterna busca

Vivo à procura de mim

Do que fui, sou, serei

O que você vê?

Vejo vários espelhos

Em nenhum percebo minha imagem refletida

Quem sabe há marcas de dentes no meu pescoço?

Sou o infinito, sou o inefável

Sou aquilo que a poesia não diz

Não vê

Não traduz

Um muro alto, instransponível

Mas meu voo há de ser pleno

Intenso, rumo ao que não espero

Porque se espero, não voo

Eu travo

E não encontro o que quero

Sou uma carta de amor lacrada

Guardada em segredo

Esperando que alguém, talvez

Um dia abra