SOBRE SER...
Ser...
Não ser...
Não ser o que se é
Para parecer ser...
Necessitar
De uma atitude
Militar da alma
Para disfaçar
O que se carrega
Nas próprias entranhas.
Privilegiados
São os que simplesmente,
Em sua glória,são o que são,
Pois ser o que se é
É o ápice da grande
Potência da potencialidade.
Felizes daqueles que
Em sua essência
Fazem do instante
A sua respiração
E vivem numa límpida
Abstração
Dos alheios,
Porque estes, os alheios,
Fatalmente esquecem-se
De que muito pior
Do que a morte do corpo
É morrer em vida,
Onde o ser não existe
E a seara dos caminhos
É um perigo constante
De morte da alma.
Viver burlando
As próprias verdades inventadas
É existir
E não ser,
É ter
O que não se tem,
É desconhecer
O que se sabe,
É esconder-se
Em azinhavre e visgo...
E ao final de tudo
Percebe-se que a vida
Foi apenas um infinito
Desperdiçar
De oportunidades de merecer.