Ele era tão torto do avesso,
Avesso ao direito em excesso!
Tão viceralmente expresso,
Um verdadeiro ex professo,
Na arte do insucesso!
 
Inconfesso desviado,
Com pregresso desvairado,
Um processo acobertado.

De regresso na cidade,
Progresso na sociedade,
Revesso a posteridade.

Arrancou-se do recesso,
E num súbito retrocesso,
O avesso entrou em plesso,
A tara o fez egresso,
Das profundezas; digresso,
Do que pregava em confesso.

Mostrou-se em essência, compresso,
Da decência um bregesso,
Roubou, infectou qual abcesso,
Enlameou o Congresso:
Saiu no Repórter Esso.
 
Eu, continuo no osso
Pois tamanho alvoroço
Botando o homem no cosso,
Virou nada, teve endosso,
Da casa que tem um fosso.

A história virou missosso,

E ele ainda fala grosso.
Continua o cabolocosso...

Prá comer só tenho isso,
Que alguns chamam de troço.
_ Uma esmolinha, seu moço!

                                                 Brasil, julho de 2009.
lustração: Paula Baggio
Nanquim sobre Papel Canson
21x18

Paula
Enviado por Paula em 18/07/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1705604
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