Valsa Rodada

Dá duro na vida,

eu não

dou mais não.

me empurraram,

socaram,

levei pau,

sofri em mãos

de dissabores,

fui trato

e capacho.

fui recado rápido

e flanela suja,

ficava pálido

de raiva

e inocência

por tal vasto!

dêem duro

pela vida,

pois eu não

dou mais não.

fui banho

público,

e escada de

subir.

hoje, não,

sou homem

feito

de vida -

meio amassada.

pois até homens

me quiseram

e me fizeram

maus tratos

rindo das

querelas.

até o cal

lá me prepararam.

mas me

levantei:

num espicho

de bravata.

hoje sou calmo,

feito antena sem

som.

sou águia ferida

é

verdade:

cheia de vida,

mas despenado!

fui caridade,

e passo de

recados de

piteiras,

para mulheres

alcoviteiras.

só me perdi

um vez,

na padaria

com uma

certa e linda

confeiteira.

mas isso

é outra

história

que conto dela

depois, pois

é meio rouca.

mas na vida há

sempre

os vivaldos.

e, por isso,

em nome do caule,

da mais bela flor,

não dou mais

duro na vida,

deixa ela passar

dona de reinados

com veras

sumidades.

deixa passar..

duro não

dou mais.

e, esqueci,

não tenho par

de dança

ou valsa

rodada:

meu nome é

lá vai

sinfrônio:

foi meu grande

e belo azar!

pois bem

que podia

ser:

tão fácil

antônio!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 06/06/2006
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