MEU MENINO
Me pergunto se gosto da Vida
e um sorriso meigo
me vem aos lábios.
É que meu menino me respondeu.
Meu menino que é melhor que eu.
Ele que se abriga dentro de mim.
O santinho que Deus deu
para minha mãe
quando o filho dela nasceu.
E cresceu assim,
meio perdido.
Só não mais
por ter ele comigo.
É ele quem me faz
para minha filha um amigo.
E não só um pai intrometido.
É ele quem chora
se eu e minha esposa
estamos desentendidos.
E não o arcaico marido.
Ele é tudo.
Tanto que nem sei
se devia ter crescido.
1987
(esta poesia está no meu e-livro A TERCEIRA TRIBO, aqui mesmo na minha página... visite... são 34 anos de poesia...)