FOI POR ISSO
Foi por isso que fiquei.
Na outra margem continuariam por muito tempo
os meus passos revigorados
até que um outro rio os detivesse em algum momento
já quase perdendo-se em novas águas
e daí ponderassem uma outra margem distante
onde um outro coqueiro inclinado
daria inicio a mais mistérios verde-sombra
ciliares a mais praias de areias brancas
que acabaria reclamando para mim
apondo-lhes o meu nome em caracteres antigos
numa runa escrita com o calcanhar.
Foi por isso que fiquei.
Para que não me vissem do espaço
como um aleijão em todas as praias
os satélites.
( Marquei a paisagem com uma flâmula vermelha
num apelo ondulante aos deuses desse vento
que tão bem conhece o som da minha voz
e entoei baixinho um cântico de morte
cada vez mais fraco
até que o silêncio dissesse mais do que eu sabia... )