Tédio cotidiano.
Se estive na loucura mais sensata
Desejo que disfarce a lucidez
Na farsa que revela a sordidez
No clamor de uma dor que não maltrata
Escraviza na pele a paz ingrata;
Nascida deste vício se refez
Doendo por ofício outra vez
A mesma dor quer mais e já não basta
A sentença é a cura sem remédio
Na procura da cura acusa a fé
Derrota no desejo e ascende o tédio
Na rotina de um grito, assim, qualquer;
Mesmo tudo é tão pouco que desgasta
Num fundo de tão fundo já não mata