Que verdade?

As palavras circundam a verdade

Como quem corre a margem da vida

Porque a vida foge á “realidade”?

Dos vai-e-vens rotineiros, sem porta de saída

O lúdico nunca foi tão real,

O pútrido nunca foi tão normal,

O que se sente nunca se fez tanto mal,

O espírito é alma penada e descontente,

E a mente formiga dormente.

É perdida a noção da extensão corpórea,

É desprovida de vida a memória,

É consumida e perdida sem gloria

A melancólica fração contemporânea da história.

Cada noticia divulga um retalho deste escoliótico ser,

Lentamente tecido pela verdade legal,

Que movido pela divina força do ter

Cresce alto e tenso como uma corda bomba,

Onde os palhaços dançam e se balançam

Enquanto o chão se aproxima.

É uma verdade bizarra,

Tudo tem um novo preço,

É uma verdade de grades e amarras,

Aonde as cuecas vão por cima das calças

E a multidão é solitária e sem berço.

Nesta verdade... Na verdade?

O que custou mais caro foi a liberdade.

danms
Enviado por danms em 15/07/2009
Reeditado em 01/10/2013
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