Lágrimas

LÁGRIMAS

Onde estarão as minhas lágrimas

Que em silêncio secou?

Onde estão aquelas lágrimas

Que no ventre

Da mulher amada

Sobre o filho, amado, esperado,

Espalharam-se.

Lágrima,

Que na fria noite

Ao ver o filho nascido

Não caiu, jorrou.

Lágrimas

No desencontro com a namorada

Do reencontro apaixonado

O beijo temperado

São doces lágrimas do amor.

E agora?

Onde estão as minhas lágrimas?

...

Meu Deus!

Meu Deus! Por que minhas lágrimas se foram?

Se até sua Mãe Maria

Sofrendo a sua agonia

Sobre as suas mãos frágeis e benditas

As suas lágrimas molharam...

Rompi-se o silêncio

Ao meu ouvido sussurra;

_Sou eu quem lhe deu as lágrimas

Às vezes doces, amargas, chegam a arder como pimenta.

Elas nunca se acabam

Não secam, nem se exalam,

São elas que regam a alma

São fagulhas de vida

Alimento do espírito

Eleva o caminheiro ao infinito

Junto Aquele, que por amor a você, muitas vezes,

A sua lágrima também chorou.

TONHO TAVARES

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 15/07/2009
Código do texto: T1700210